A Inteligência Artificial (IA) já é uma realidade no setor de saúde. Mas será que ela se solidifica tão rapidamente quanto se propaga nas mídias? Ou estaríamos diante de mais um modismo tecnológico?

Neste artigo da Valor e Saúde, vamos explorar como a IA pode ajudar a superar a maior crise histórica do setor, quais áreas da tecnologia se destacam e exemplos práticos que já estão moldando o presente e o futuro da saúde.

A revolução iminente: IA não é modismo

A IA veio para ficar. Ela mudará profundamente a forma como nos comunicamos, trabalhamos e vivemos — e essa transformação já começou.

Segundo o Artificial Intelligence Index Report da Universidade de Stanford, apenas o setor privado de saúde investiu mais de US$ 17 bilhões em IA entre 2021 e 2022. Foram 496 mil publicações técnicas em um único ano, demonstrando o ritmo exponencial de evolução.

Estamos diante de desafios e incertezas inéditas, mas também de oportunidades imensas para redesenhar todo o ecossistema da saúde.

Como a IA pode construir um setor de saúde mais sustentável?

A sustentabilidade no setor de saúde exige inovações que resolvam problemas reais — sempre a partir da perspectiva do paciente. Vamos analisar três grandes frentes em que a IA pode gerar transformações de alto impacto:

1. A nova consulta: inteligências que ajudam o médico

Imagine consultas em que médicos sejam apoiados por sistemas de Machine Learning e Natural Language Processing (NLP), capazes de:

• Analisar prontuários eletrônicos complexos;

• Prever evolução de doenças;

• Sugerir tratamentos personalizados;

• Aumentar o tempo disponível para o contato humano entre médico e paciente.

Essas tecnologias já estão sendo desenvolvidas para reduzir erros de diagnóstico e melhorar a experiência do paciente, com foco em eficiência e empatia.

2. Um novo olhar para os exames de imagem

A detecção precoce de doenças pode ser revolucionada por ferramentas como Computer Vision e Knowledge Graphs.

Essas tecnologias permitem:

• Identificar alterações invisíveis ao olho humano;

• Correlacionar achados com bases de conhecimento clínico em tempo real;

• Sugerir condutas terapêuticas mais assertivas.

O impacto pode ser imenso, especialmente em áreas como a oncologia, onde diagnósticos precoces salvam vidas e reduzem drasticamente custos de tratamento.

3. Gestão inteligente de medicamentos

Hoje, a escolha de medicamentos raramente leva em consideração o histórico completo do paciente. A aplicação de Deep Reinforcement Learning e Knowledge Graphs permitirá:

• Recomendações de medicamentos personalizadas;

• Redução de interações medicamentosas perigosas;

• Previsão de estoque hospitalar de forma inteligente;

• Redução de desperdício e de erros terapêuticos.

Essa abordagem torna o cuidado farmacológico muito mais preciso e sustentável — tanto para a saúde dos pacientes quanto para os custos do sistema.

Estamos prontos para a era da saúde inteligente?

Esses são apenas três exemplos. A IA já impacta a gestão de contas médicas, exames de imagem, rastreamento de doenças e muito mais. A transformação não é uma possibilidade futura: ela já está acontecendo.

Se você ainda não começou a explorar essas tecnologias, o momento é agora.
O setor de saúde precisa de profissionais, gestores e inovadores que entendam o potencial da IA para criar um ecossistema mais humano, eficiente e sustentável.